HISTÓRIA DO THE BIGS

22/12/2012 04:52

 

THE BIGS

 

    Tudo começou com sabor de aventura! Joaquim Monte estudava em Fortaleza e nas férias, junto com outros jovens, participava dos Dramas de Dona Helena! Peças ensaiadas e apresentadas em pouco tempo!

   Numa destas férias, ele e o Antônio de Padua Carvalho, à época seminarista, fundaram a Associação Cultural de Barras, movimento que, durante as férias, mantinha efervescentes a Literatura, Poesia e Música! E foi exatamente neste clima de estudo, pesquisa e trabalho que o estudante Joaquim Monte teve a idéia de criar um Grupo Musical. Mas, a principal dificuldade era ter quem tocasse!

   Mas, foi além do do que se esperava! Joaquim Monte, sabendo da existência de um grupo de jovens meninos que tocavam músicas da Jovem Guarda, interessou-se em organizá-los num Conjunto Musical de verdade.

   Esses jovens eram: Francy Monte (Violão); Afonso Mesquita (Bateria); Monte Filho (Pandeiro); Deusinho Mesquita (Maracas); e Neto Tavares (Violão). Todos cantavam. Não usavam microfones e os instrumentos não eram elétricos. Som acústico. Só Zé Alfredo, em plena puberdade, tocava Violão (de ouvido). Com Zé Alfredo e Francy, fizeram a primeira reunião, quando a idéia foi apresentada! E, como era de se esperar, os "meninos" vibraram e começaram a pensar o que iam fazer para tornar realidade este sonho! 

   "E agora José"! Mãos à obra! Tudo tinha que funcionar antes que terminassem as férias! Passaram a viver em função disso! 

   Joaquim Monte, virou-se para Francy Monte e disse: - Você vai tocar violão!  Em vez de ficar preocupado e com medo, ele gostou da idéia! Zé Alfredo assumiu o compromisso de ensinar! Mas, eles não tinham violão, nem bateria, nem pandeiro! - Temos que fazer tudo! Aliás, todos cantavam!

   Inicialmente, a bateria era uma mala verde que tinha boa sonoridade! Seu Zezim Miranda e o Batista Lustosa davam caixas de chapéu e nelas eram amarradas cordas de violão para dar som de tarol. Depois, o Marcineiro da Barras, Seu José Romeu, aceitou a terefa de fazer a bateria de graça! O couro foi doado por Luiz Alberto do Seu Aguiar. Tudo foi imaginado, criado e feito alí mesmo! Fizeram, também, um pandeiro E, por incrivel que pareça,  tudo funcionou!

   Estava chegando o dia da apresentação! A cidade toda estava esperando o lançamento do Conjunto e seus contores! Mas, não tinha "nome" nem "roupa"!  

  O nome escolhido foi THE BIGS no sentido de "o grande, o melhor e o mais importante"! Sem modéstia, porém sem crise de megalomania! Mas, em Barras, não existia outro conjunto maior, melhor e mais importante! Era realmente um THE BIGS!

  E as roupas para a apresentação? O tecido foi doado pelo Dr. Zélages (o médico de Barras)! Figurino e confecção de Zuzu Monte! Os modelos eram copiados das capas (camisas) do "Renato e seus Blues Caps". Toinho Carvalho comprou Cristais Élétricos para os violões. Todos eram grandes admiradores e incentivadores. Tudo isso só aumentou a responsabilidade! Não podiam fazer feio! Tinha que ser um Show - bom, bonito e agradável!

Chegou o dia! Tudo pronto! Nem tudo apto! 

      Grupo composto e ensaiado, bem vestido e motivado! Uma mistura de medo e ansiedade... E, tinha um detalhe: em dia de apresentação tínham de esquentar o couro dos tambores no calor do fogo, pois não tínham como afiná-los. Assis Mesquita ajudava nesse ofício e, também, ensinava a seu irmão Afonso Mesquita os novos ritmos da bateria da Jovem Guarda.

      Foram feitas apresentações de pré-estreia:

  •   A primera apresentação foi no Salão Nobre da casa do Coronel Otavio Melo, na Praça da Matriz de Nossa Senhora da Conceição (Padroeira de Barras)  em frente do Coreto! Muita gente presente para assistir, aplaudir...afinal, quase todo o público era de familiares e amigos...além de ser uma novidade! Fui um sucesso! THE BIGS agradou! E surgiram convites para outras apresentações! Mas, por outro lado, se não convidavam, eles se ofereciam!  
  •  A segunda apresentação foi na casa da Dona Léa Puget Eulálio - num casarão histórico que ficava ao lado do Cine Teatro de Barras.
  • A terceira apresentação foi na Casa Paroquial.

   O repertório era constituido principalmente de Músicas da Jovem Guarda. Primeiras músicas: Você deixou alguém a esperar (Roberto Carlos); Pra nunca mais chorar (Vanusa);  Não me diga adeus agora meu bem (Renato e seus Blues Caps); e Pode vir quente que eu estou fervendo (Eduardo Araujo); e tantas outras.

O Grande Show de lançamento oficial do THE BIGS foi realizado no Auditório Mons. Uchoa situado ao lado do Patronato Monsenhor Bozom.  Foi escrito uma esquete com Texto de Joaquim Monte que procurava contar como o grupo tinha se formado. 

Depois, em algumas apresentações, chegou-se ao grupo o violonista Corinto Brasil Filho. Foi ele quem ensinou os acordes, posições no violão, da música "Pode vir quente que eu estou fervendo".

   Depois que Joaquim Monte voltou para Fortaleza, o Grupo ficou sob a responsabilidade do Padre Mário José de Meneses que tratou logo de mudar o nome do Conjunto para Os Terríveis, pois não concordava com nome estrangeiro.Não fez uso dos Cristais que o Toinho presenteou. Foi a derrocada do Conjunto. 

   Em novembro de 1968 a família Monte mudou-se para Teresina e com isso foi decretado o fim do The Bigs.

   Em Teresina, Joaquim Monte criou o Grupo Barras.